segunda-feira, 27 de junho de 2011

PREGADORES X ANIMADORES DE PÚBLICO



Ao contrário de muitos, não negociamos a palavra de Deus visando lucro; antes, em Cristo falamos diante de Deus com sinceridade, como homens enviados por Deus.(2 Co 2:17);
E eu, irmãos, apliquei estas coisas, por semelhança, a mim e a Apolo, por amor de vós; para que em nós aprendais a não ir além do que está escrito, não vos ensoberbecendo a favor de um contra outro. (1 Co 4:6).
Amados, para começar a tratar sobre este assunto quero deixar bem claro que sou evangélico pentecostal, não tenho nada contra a apresentadores de TV, pois eu mesmo participo de programas de TV aqui em Pernambuco, creio que esta é uma poderosa ferramenta para proclamação do evangelho e também não tenho nada contra aos profissionais que coloquei as fotos, os admiro pois realizam com competência seu trabalho no lugar certo. Mas venho tratar sobre aqueles animadores de público e de palco que não conseguiram oportunidades em circos ou programas de TV, e acharam nos púlpitos das igrejas, lugares oportunos para demonstrar seu talento.
Não sou defensor da sisudez, ou robustez seja ela de qualquer forma no púlpito, nem da padronização dos pregadores do tipo todos bem sérios, e bem vestidos , falando com um tom fúnebre, entendo pela Palavra de Deus que a Igreja somos nós e quando nos reunimos é hora de alegrarmos-nos no Senhor. Só que ao analisar as últimas pregações que vi além de terem um conteúdo bíblico terrivelmente superficial, são dotadas de um exagero de oratória, frases prontas (jargões evangélicos), claro interesse comercial,e o que é pior: este tipo de pregação tem as melhores audiências. O que faz do púlpito algo parecido com o antigo programa do palhaço Bozo (precursor do Patatí-Patatá), e com os programas de Raul Gil e Silvio Santos, que sem dúvidas são os melhores comunicadores da televisão. Entendo que a pregação é uma obra criativa de oratória, mas que não tem o objetivo único de ludibriar, empolgar, encantar os espectadores pela pessoa do pregador, os mugangas ou palhaçadas que ele possa fazer por mais carismáticos que estes pregadores sejam, o objetivo da pregação, ou o centro da pregação é e para sempre dever a Palavra de Deus: a Bíblia que é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, para redargüir, para corrigir, para instruir em justiça (2 Tm 3:16). Também participo do pensamento que o pregador pode se munir das mais variadas ferramentas para pregar, de maneira que chame e prenda seu público por quantas horas necessárias, e se tudo estiver sendo gravado em CD, DVD, Blu-ray, ou mesmo sendo exibido ao vivo pela internet, melhor ainda, mais pessoas serão alcançadas, porém se isso tudo que citei acima mexe com a cabeça do pregador mais do que a mensagem pode mexer no coração dos ouvintes se torna meramente um show, e não ache que glória chegará a Jesus esbarrará no pregador. Não retiro a responsabilidade daqueles que ouvem e assistem, pois a Bíblia nos manda ter cautela com os falsos pregadores. "Acautelai-vos, porém, dos falsos profetas, que vêm até vós vestidos como ovelhas, mas, interiormente, são lobos devoradores." ( Mt 7:15). A igreja do Brasil tem sido abençoada por Deus que tem levantado homens segundo seu coração no propósito de proclamar a evangelho com ousadia,sem mediocridade, e não é de se assustar que esses animadores apareceriam no nosso meio, fingindo ser nossos, mas na verdade não são, fingindo dar a glória pra Deus mas querendo a glória para si. A responsabilidade é mútua tanto de quem prega, como de quem ouve, a Palavra responsabiliza as 2 partes, sejamos criativos e divertidos na pregação sem perder a reverência e o conteúdo da mensagem, sejamos cautelosos quando ouvirmos a mensagem sem nos tornar incrédulos ou exagerar no senso crítico.
Prossigamos em conhecer o Senhor no amor de Deus,
Müller de Oliveira.